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Thursday, November 28, 2019

Alterações climáticas. Parlamento Europeu declara emergência climática - PÚBLICO

Alterações climáticas. Parlamento Europeu declara emergência climática - PÚBLICO

O Parlamento Europeu declarou, esta manhã, uma situação de emergência climática e ambiental, rejeitando uma proposta do Partido Popular Europeu (PPE) para que se utilizasse a expressão “urgência climática” em vez de emergência. Numa outra votação, o parlamento aprovou também uma resolução sobre a Conferência da ONU sobre Alterações Climáticas (COP25), que arranca na próxima segunda-feira, em Madrid, em que está explícita a intenção europeia de redução de emissões de gases com efeito de estufa (GEE) em 55% até 2030.

Havia dúvidas sobre se o termo “emergência climática” da resolução comum do grupo Renovar a Europa (RE), dos Socialistas & Democratas (S&D) e da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde (GUE/NGL) iria passar no Parlamento Europeu, mas a votação da manhã desta quinta-feira acabou por não deixar margem para dúvidas, ao terminar com 429 votos a favor, 225 contra e 19 abstenções. Mais vincada foi ainda a diferença na resolução sobre a COP25, na qual a União Europeia diz estar “pronta para aumentar o seu contributo para o Acordo de Paris”, e que recebeu 430 votos a favor, 190 contra e 34 abstenções.

Numa primeira reacção, o presidente dos S&D, Iratxe Garcia Perez, afirmou: “Lutar contra as alterações climáticas já não é uma opção, mas uma obrigação. Não há tempo a perder, porque o nosso planeta está em risco. Os cientistas estão a dizer-nos que há uma emergência, porque as alterações no clima já estão a ter um impacto negativo, não só na biodiversidade, mas tornando-se já uma ameaça para a humanidade”. E deixou um conselho: “Espero que os líderes mundiais que se vão reunir na COP25 em Madrid na próxima semana ouçam o apelo de hoje do Parlamento Europeu.”

Também o grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia (Verts/ALE) se congratulou com a declaração de emergência climática assumida pelo PE, mas lamentou o facto de a resolução conjunta – ao contrário do documento que o grupo tinha proposto – “não incluir compromissos precisos ou tangíveis”. Por isso, Karima Deli e Damien Carême, num comunicado de imprensa conjunto, deixam um apelo à União Europeia “para tomar medidas concretas em consequência deste estado de emergência e defender uma posição ambiciosa na COP25”.

O mais recente Emissions Gap Report 2019, do Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP, na sigla inglesa) avisava que se o mundo quisesse manter o aquecimento global abaixo de 1,5 graus Celsius teria de fazer com que as emissões de GEE atingissem o pico máximo no imediato e começassem a cair 7,6% ao ano entre 2020 e 2030. Contudo, afirma-se no mesmo documento, divulgado esta terça-feira, não há sinais de tal estar a acontecer.

Com as emissões de CO2 a atingirem valores máximos em 2018, as previsões da UNEP em relação à necessidade de os países desenvolverem planos nacionais mais ambiciosos no combate às alterações climáticas mantêm os mesmos níveis do relatório do ano passado: estes planos devem reflectir o triplo ou o quíntuplo da ambição actual, para manter a temperatura, respectivamente, abaixo dos dois graus ou abaixo de 1,5 graus Celsius. A manter-se a trajectória actual, a temperatura, em vez de diminuir, poderá subir até 3,2 graus, com consequências catastróficas para o planeta.

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2019-11-28 13:07:00Z
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