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Monday, November 18, 2019

Urgência pediátricas do Garcia de Orta encerradas à noite - RTP

Urgência pediátricas do Garcia de Orta encerradas à noite - RTP

Em casos de urgência, as crianças terão que ir para Lisboa para os Hospitais de Dona Estefânia ou Santa Maria.

Até à meia-noite, os centros de saúde da Amora no Seixal e o centro Rainha D. Leonor em Almada vão ter horário alargado.

A falta de pediatras no Garcia de Orta agravou-se há cerca de um ano com a saída de 13 médicos.

As comissões de utentes de Almada e Seixal, com o apoio dos sindicatos, vão concentrar-se hoje a partir das 20h00 em vigília.


A Comissão de Utentes de Saúde de Almada frisa que o alargamento do horário dos dois centros de saúde não resolve o problema.
“Porque põe-se a questão a partir da meia-noite. E a partir da meia-noite quem pode garantir que uma ou duas crianças não necessitarem de uma emergência? Ninguém pode garantir isso”, questionou Luísa Ramos no Bom Dia Portugal.
“Nós o que dizemos é que tem que ser reposto, em funcionamento normal, o serviço de urgências. Foi por nós que esta situação se desencadeou. Será por nós que esta solução será resolvida e as urgências vãos ser repostas”, acrescentou.

A Comissão de Utentes de Saúde de Almada considera “que nestas questões da saúde – o Serviço Nacional de Saúde - não podemos permitir a degradação para justificar a privatização”.

Ao Estado, ao Governo, à senhora ministra cabe efetivamente tomar todas as medidas, juntamente com os médicos e profissionais de saúde para resolver este problema de falta de médicos”, frisou Luísa Ramos.

Já a Comissão de Utentes do Seixal considera que o alargamento do horário dos centros de saúde não é suficiente.

“Nós temos que ver que entre a população de Almada e a população do Seixal, estamos a falar na ordem dos 160, 170 mil pessoas e não é um centro de saúde que vai substituir uma urgência hospitalar, até porque não tem condições para este tipo de situações”, frisou José Lourenço, da Comissão de Utentes do Concelho do Seixal no Bom Dia Portugal.

E deu como exemplo: “se entrar uma criança com um problema respiratório num destes centros de saúde, uma criança pequena, eles não têm equipamento para fazer face a essa situação. Nem os médicos que lá estão têm treino pediátrico para acolher a esse tipo de situações”.

Ordem dos médicos fala em situação “grave” O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, considera que a situação que se vive nas urgências pediátricas do Garcia de Orta é “grave”. E deixa um alerta: todos os hospitais estão com dificuldades, o que pode levar as pediatrias de outras unidades de saúde a deixarem de fazer urgências.

“Neste momento vários médicos saíram do hospital Garcia de Orta. Neste momento os médicos no hospital de Santa Maria, no Estefânia e noutros sítios estão a ficar sobrecarregados”, alertou.


Segundo Miguel Guimarães, “estamos a chegar a uma altura de inverno, isto vai levar a um afluxo de doentes cada vez maior. As pessoas estão a ficar saturadas, Portanto, não nos admiraremos que amanhã existam pediatras do Santa Maria do Estefânia que também abandonem ou deixem de fazer urgência porque já têm mais de 55 anos”.

Os hospitais neste momento estão todos com dificuldades. Existem mesmo hospitais que neste momento não têm as equipas tipo, estão abaixo daquilo que é o número mais indicado para o serviço de urgência”.

O bastonário da Ordem dos Médicos defende que “isto tem de ter uma solução de fundo, mas rápida”.
ARS de Lisboa e Vale do Tejo está empenhada O Presidente da Administração Regional de Lisboa e Vale do Tejo garantiu que está empenhada em resolver o problema.

“Penso que o mais importante do que estar a debater o que é que aconteceu de mau, é como é que vamos ultrapassar. Há uma nova administração (do hospital) que está a fazer todos os esforços. A administração e o Ministério estão a tentar criar condições para que nestes dois novos concursos, está neste momento a decorrer um concurso, criar melhores condições para que as pessoas possam escolher o Garcia de Horta”, afirmou Luís Pisco na RTP.


Segundo o responsável, “não podemos correr o risco que os poucos médicos, que estão no Garcia de Orta, mesmo assim ainda queiram sair”.
Dificuldade em contratar pediatras Na passada semana, a ministra da Saúde explicou que o encerramento da urgência pediátrica do Hospital Garcia de Orta durante a noite está relacionado com a dificuldade em contratar médicos pediatras.
“Esta situação tem como fator impulsionador, fator precipitante a dificuldade de encontrar especialistas de pediatria no país que aceitem e possam ser mobilizados para o hospital Garcia de Orta”, afirmou Marta Temido no passado dia 14 de novembro.
Segundo a ministra da Saúde, “neste momento há dois colegas que expectavelmente irão iniciar funções ainda este mês. E há depois um concurso que se irá realizar no início do novo ano”.
Marta Temido afirmou ainda que 75 por cento dos casos que foram atendidos na urgência pediátrica do Garcia de Orta poderiam ter sido tratados nos centros de saúde.
“Nas cerca de 3600 urgências pediátricas por mês que o hospital Garcia de Orta teve nos primeiros nove meses do ano. Ou seja, 120 urgências diárias, 75 por cento são doentes que seriam mais adequadamente tratados se fossem atendidos nos cuidados primários”, esclareceu.

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2019-11-18 10:34:00Z
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