Em casos de urgência, as crianças terão que ir para Lisboa para os Hospitais de Dona Estefânia ou Santa Maria.
A falta de pediatras no Garcia de Orta agravou-se há cerca de um ano com a saída de 13 médicos.
As comissões de utentes de Almada e Seixal, com o apoio dos sindicatos, vão concentrar-se hoje a partir das 20h00 em vigília.
A Comissão de Utentes de Saúde de Almada frisa que o alargamento do horário dos dois centros de saúde não resolve o problema.
A Comissão de Utentes de Saúde de Almada considera “que nestas questões da saúde – o Serviço Nacional de Saúde - não podemos permitir a degradação para justificar a privatização”.
“Ao Estado, ao Governo, à senhora ministra cabe efetivamente tomar todas as medidas, juntamente com os médicos e profissionais de saúde para resolver este problema de falta de médicos”, frisou Luísa Ramos.
Já a Comissão de Utentes do Seixal considera que o alargamento do horário dos centros de saúde não é suficiente.
E deu como exemplo: “se entrar uma criança com um problema respiratório num destes centros de saúde, uma criança pequena, eles não têm equipamento para fazer face a essa situação. Nem os médicos que lá estão têm treino pediátrico para acolher a esse tipo de situações”.
“Neste momento vários médicos saíram do hospital Garcia de Orta. Neste momento os médicos no hospital de Santa Maria, no Estefânia e noutros sítios estão a ficar sobrecarregados”, alertou.
Segundo Miguel Guimarães, “estamos a chegar a uma altura de inverno, isto vai levar a um afluxo de doentes cada vez maior. As pessoas estão a ficar saturadas, Portanto, não nos admiraremos que amanhã existam pediatras do Santa Maria do Estefânia que também abandonem ou deixem de fazer urgência porque já têm mais de 55 anos”.
“Os hospitais neste momento estão todos com dificuldades. Existem mesmo hospitais que neste momento não têm as equipas tipo, estão abaixo daquilo que é o número mais indicado para o serviço de urgência”.
O bastonário da Ordem dos Médicos defende que “isto tem de ter uma solução de fundo, mas rápida”.
ARS de Lisboa e Vale do Tejo está empenhada O Presidente da Administração Regional de Lisboa e Vale do Tejo garantiu que está empenhada em resolver o problema.
“Penso que o mais importante do que estar a debater o que é que aconteceu de mau, é como é que vamos ultrapassar. Há uma nova administração (do hospital) que está a fazer todos os esforços. A administração e o Ministério estão a tentar criar condições para que nestes dois novos concursos, está neste momento a decorrer um concurso, criar melhores condições para que as pessoas possam escolher o Garcia de Horta”, afirmou Luís Pisco na RTP.
Segundo o responsável, “não podemos correr o risco que os poucos médicos, que estão no Garcia de Orta, mesmo assim ainda queiram sair”.
2019-11-18 11:31:00Z
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