Rio, o desentendido, prefere é não comentar nada sobre as questões de “foro interno” do PSD. Questionado sobre a nega de Passos Coelho para entrar na campanha, Rui Rio chutou para o lado por uma questão de “inteligência”. E sobre os jantares que o seu challenger principal, Luís Montenegro, se prepara para fazer para planear o day after, Rio deu outro chuto. “Seria pouco racional, e pouco inteligente, da minha parte estar a comentar as questões de foro interno do PSD a uma semana das eleições”, disse.
Rio, o inteligente, também não sabe se a melhor maneira de esclarecer politicamente o caso Tancos é, como sugeriu Jerónimo de Sousa (e, depois, Assunção Cristas), iniciar uma nova comissão de inquérito. “Não sei se é o melhor caminho. Não gosto de entrar aqui em histerias, e não podemos ficar eternamente a fazer comissões de inquérito, como aconteceu com Camarate”, afirmou. Para Rio, o caminho é a convocação de uma reunião extraordinária da Comissão Permanente da Assembleia da República (que funciona quando a AR não está em pleno funcionamento), e até acredita que essa reunião pode mesmo acontecer esta semana, antes das eleições. “O PS já deu luz verde, se o CDS também der, é possível fazer ainda esta semana”, disse.
Com Costa lesionado, Rui Rio pode ganhar alguma vantagem na rua. A verdade é que não há dia em que a agenda do líder do PSD não tenha pelo menos um, às vezes são dois, e este sábado até são três, contactos com a população nas ruas da cidade onde está. Se em Beja foi um passeio frouxo, em Évora melhorou (mesmo sendo terreno difícil), e chegados ao norte, a caravana ganhou ânimo. Depois de ter percorrido as ruas da Guarda a pé, na sexta-feira, este sábado de manhã foi a vez de fazer o mesmo em Bragança. Ao lado de José Silvano e de Adão Silva, cabeça de lista por Bragança, Rui Rio distribuía lápis e cumprimentos a quem encontrava.
O problema é os lápis não estarem afiados, e, por isso, ainda não estarem prontos a escrever uma cruz no boletim de voto. Em todo o caso, Rio garante que “escrevem bem, só precisam de ser afiados”. Nos cafés, nas esplanadas, ou no meio das ruas, não era raro ver gente a furar a mancha de jovens da JSD (que acompanham a comitiva num autocarro laranja com o rosto e o slogan de Rio) para irem dirigir uma palavra ao líder do PSD.
É certo que o terreno é fértil e confortável para sociais-democratas. Tradicionalmente, o PSD ganha em Bragança, e tudo indica que desta vez não será exceção. É o que dizem as projeções e foi o que corroborou um popular que se encontrava junto aos correios: “Aqui no distrito vai ganhar de certeza, no país está quase, tem trabalhado muito!”, disse, dando força a Rui Rio.
Uma hora depois de passeio ao som dos batuques e das cantigas populares da JSD, Rui Rio parou numa praça da cidade e “pendurou-se” num pelourinho. De megafone em punho, não fez por menos e, falando ao ouvido da gente do norte (da qual diz que faz parte) pediu vitória. Não só em Bragança, mas no país. “O norte estará sempre presente em todos os atos que tiver a partir do dia 6. Porque estamos certos de que vamos ganhar as próximas eleições!”, disse ao megafone. Cá em baixo, na praça, a resposta foi imediata: “Vitória! Vitória! Vitória!”.
2019-09-28 11:40:00Z
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