“Neste momento estamos na contingência de no período da noite, de menor afluxo, numa situação de mal menor encerrar a urgência noturna do hospital Garcia de Orta. É uma situação que desejamos manter o menor tempo possível”, afirmou Marta Temido no âmbito de uma visita ao centro de saúde Rainha Dona Leonor em Almada.
À chegada ao centro de saúde, onde foi interpelada por utentes, a ministra assegurou que continuam a procurar pediatras interessados em trabalhar no Garcia de Orta, admitindo que a contratação de mais dois especialistas ainda não é suficiente.
O ministra da Saúde espera “em janeiro ter uma situação de maior estabilidade”. “"Temos duas épocas no ano em que recém-especialistas entram no mercado. Isso não invalida que daqui até lá não estejamos, por todos os meios à disposição, a tentar fazer contratos. Se aparecerem pediatras antes, a resposta será mais célere".
A falta de especialistas afeta o hospital há mais de um ano, quando saíram 13 profissionais.
"Se houver pediatras amanhã para contratar, mais do que aqueles dois que já estão autorizados, serão contratados", acrescentou
Para Marta Temido, "a posição do Hospital Garcia de Orta, sendo um hospital de tampão para a península de Setúbal, é um hospital que tem de ter a urgência noturna aberta".
Os centros de Saúde da Amora, Seixal, e Rainha Dona Leonor, em Almada passam a ter um horário alargado entre as 8h00 e as 24h00 durante a semana e das 10h00 às 22 aos fins de semana. As crianças podem ainda ser observadas nos hospitais de Santa Maria e Estefânia em Lisboa.
Em relação à falta de exames complementares de diagnóstico nos dois centros de saúde, Marta Temido garante que a saúde das crianças não ficará em causa.
“Os exames de diagnóstico complementares, são como nome indica, um complemento àquilo que possa ser necessário. Numa situação de emergência um utente não vem para um centro de saúde, vai através dos meios de emergência hospitalar para o sítio adequado para o seu tratamento”, realçou.
A ministra da Saúde recordou ainda que no passado fim de semana no centro de saúde Rainha Dona Leonor, em Almada, foram atendidas crianças.
“No sábado foram atendidas 39 crianças e houve uma que teve necessidade de encaminhamento para o serviço de urgência. No domingo, foram atendidas 44 crianças e todas elas viram o seu problema de saúde ultrapassado”, esclareceu.
Utentes estiveram concentrados em vigília Ontem, cerca de 200 utentes estiveram concentrados à porta do hospital Garcia de Orta exigindo que a urgência pediátrica volte a estar “aberta de noite e de dia”.
A vigília foi convocada pela Comissão de Utentes da Saúde do Concelho do Seixal que considera que o Ministério da Saúde "não tomou as medidas suficientes".
Os utentes do Seixal consideram já outra ação de luta à porta do Ministério da Saúde, em Lisboa, e, eventualmente, "chegar a Bruxelas, se for necessário".
Os autarcas de Almada e Seixal mostraram-se solidários com as populações, reafirmando que são precisas "resoluções" para evitar o encerramento da urgência pediátrica.
"É a minha obrigação enquanto autarca representar as nossas populações, dar voz e ser um rosto a transmitir a ansiedade que esta situação está a criar junto das nossas populações", afirmou a presidente da Câmara de Almada, Inês de Medeiros (PS).
Segundo Inês de Medeiros, a maior preocupação dos habitantes de Almada é que "aconteça alguma coisa" na Ponte 25 de Abril, mas tranquilizou-os ao lembrar que, em caso de urgência, "todas as forças de segurança, proteção civil e bombeiros têm prioridade absoluta de passagem".
Já o presidente da Câmara do Seixal, Joaquim Santos (CDU), mostrou-se "muito preocupado com a ausência de resposta" para esta urgência pediátrica que é tão "importante" para os concelhos que abrange.
"O que eu espero sinceramente é que não aconteça nenhum caso grave pelo facto de a urgência (pediátrica) do Garcia de Orta estar fechada", referiu o autarca, que marcou presença na vigília, esperançado de que os governantes resolvam a situação mais rápido do que o prazo previsto, de seis meses.
"Estamos aqui obviamente a pressionar, num bom sentido, usando o direito à manifestação e indignação para que os eleitos, os governantes, tomem as decisões necessárias para resolver os problemas. Acredito que o Governo terá de tomar medidas mais cedo do que aquelas que está a prever", considerou.
2019-11-19 08:54:00Z
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