O dirigente do Bloco de Esquerda (BE) Luís Fazenda considerou que a mensagem de Natal do primeiro-ministro foi "de algum modo dececionante", num momento em que "urge uma negociação" à esquerda do Orçamento do Estado para 2020.
"Não é a resposta que se esperava no dia de hoje, nas vésperas da negociação e de uma votação na generalidade do Orçamento do Estado. Como tal, essa atitude, esta mensagem é de algum modo dececionante", afirmou o ex-deputado do Bloco de Esquerda (BE).O primeiro-ministro, António Costa, dedicou a sua mensagem de Natal ao compromisso do Governo de reforçar a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS), prometendo atacar a sua "crónica suborçamentação" e eliminar faseadamente as taxas moderadoras.
Em declarações aos jornalistas, na sede do BE, em Lisboa, Luís Fazenda qualificou essa mensagem de "mono temática e limitada" e disse que "não deixa expectativas algumas sobre aquilo que é a urgência imediata de encontrar um Orçamento do Estado que possa abrir caminho à continuidade de algumas políticas progressivas no país".
PCP. Anúncios “muito longe” das necessidades
O Partido Comunista Português considerou que o que foi anunciado na mensagem de Natal do primeiro-ministro “fica muito longe daquilo que são as necessidades nesta área, do SNS”. Jorge Pires diz que é muito aquilo que o primeiro-ministro não diz, como por exemplo, não esclarecer se os 800 milhões de euros vão servir para a integração de uma eventual suborçamentação em 2019.
O PCP argumenta que “não basta colocar dinheiro” e que são necessárias medidas de organização do serviço, de gestão e de combate à promiscuidade entre o público e o privado na área da saúde.
Além destas lacunas no que toca ao tema exclusivo da mensagem de Natal do primeiro-ministro, o PCP lembrou ainda a “obsessão pelo excedente orçamental” que acaba “por limitar a resposta aos problemas que se colocam e que o país enfrenta”.
“O que falta para a resolução dos problemas é o que vai para o objetivo do défice zero ou do excedente orçamental”, disse Jorge Pires. “Sobre isto, o primeiro-ministro não disse nada”. Igual postura teve, diz o PCP, em relação ao “inaceitável” aumento de 0,3% da função pública, aumentos das pensões “aquém das necessidades” ou aos direitos dos trabalhadores. No entanto, o partido realça que "todos reconhecem a importância do SNS".
Questionado pelos jornalistas sobre o Orçamento do Estado para 2020, Jorge Pires nada adiantou sobre o sentido de voto do partido, referindo apenas que algumas propostas do PCP parecem arredadas do documento, numa primeira leitura. E dá como exemplo a eliminação as taxas moderadoras dos serviços de saúde.
CDS pede que Costa passe das "promessas" à realidade
A líder parlamentar do CDS lamentou que o primeiro-ministro não tenha reconhecido o que correu mal na saúde na última legislatura e pede que os anúncios da mensagem de Natal sejam mais do que "promessas" e "propaganda".
"Infelizmente, não vimos da parte do senhor primeiro-ministro (António Costa) um reconhecimento da sua própria responsabilidade e do seu Governo nesse muito que correu mal (na saúde em Portugal), porque de facto nos últimos anos temos assistido a uma degradação quer dos serviços públicos de saúde, quer dos hospitais. Quer do ponto de vista da gestão, quer do ponto de vista do orçamento", afirmou Cecília Meireles, na sede do CDS em Guimarães, no distrito de Braga.
Na mensagem de Natal, o primeiro-ministro prometeu mais autonomia para os hospitais, alargando o número de médicos de família e um reforço de verbas no setor no Orçamento do Estado para 2020.
Em relação aos anúncios, a líder parlamentar do CDS constatou que "são bem-vindos", mas lembra que o CDS e os portugueses esperam que se tornem realidade.
Cecília Meireles considera que a prioridade têm de ser os portugueses e que numa época como o Natal é importante que tanto o Governo, como os partidos, se "saibam unir para finalmente" essas "promessas" e essa "propaganda" se tornem realidade.
“Portugueses precisam de mais”, diz PAN
O PAN considera que as palavras de Natal do primeiro-ministro sobre o Serviço Nacional de Saúde sabem a pouco e que não chegam ao essencial da vida das pessoas.
“Os portugueses precisam de um compromisso das suas reais preocupações: do acesso à habitação, transportes, combate às assimetrias regionais que ainda persistem no nosso país”, acrescentou.
Iniciativa Liberal acusa Costa de hipocrisia
Para João Cotrim de Figueiredo, as promessas do chefe do Executivo de investimento no Serviço Nacional de Saúde, são iguais a muitas outras feitas no passado. O deputado do Iniciativa Liberal critica a prioridade dada agora à saúde, depois de uma “sucessiva negação dos problemas”.
“Já foram as florestas, o mar, o interior e a demografia. Nada disso tem tido resultados práticos muito palpáveis”, acrescenta João Cotrim de Figueiredo.
2019-12-26 11:47:00Z
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