"As notícias do ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação) baseiam-se em muitos documentos falsos e falsa informação, é um ataque político coordenado em coordenação com o 'Governo Angolano' (sic). 715 mil documentos lidos? Quem acredita nisso?", reagiu a empresária, em inglês, através da sua conta do Twitter, acrescentando "#icij #mentiras".
The ICIJ report is based on many fake documents and false information, it is a coordinated political attack in coordinations with the “Angolan Government”. 715 thousand documents read? Who believes that?#icij #lies
— Isabel Dos Santos (@isabelaangola) January 19, 2020
A filha do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos ataca também os media portugueses SIC e o Expresso, que integram o consórcio de jornalistas que revelou domingo mais de 715 mil ficheiros que detalham esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo.
— Isabel Dos Santos (@isabelaangola) January 19, 2020Na conta do Twitter, onde escreveu 10 tweets numa hora, Isabel dos Santos afirma que a sua "fortuna" nasceu com o seu "caráter, inteligência, educação, capacidade de trabalho e perseverança" e acusa a SIC e o Expresso de "racismo" e "preconceito", "fazendo recordar a era das 'colónias' em que nenhum africano pode valer o mesmo que um 'europeu'"
"Os 'leaks' são autênticos? Quem sabe? Ninguém... estranho mesmo é ver a PGR (Procuradoria-Geral da República) de Angola a dar entrevistas à SIC-Expresso. Procurador-Geral de Angola a Angola a dar entrevistas... a canais portugueses!", escreveu a empresária, numa dessas mensagens.A minha “fortuna” nasceu com meu caracter,minha inteligência,educação, capacidade de trabalho, perseverança.Hoje com tristeza continuo a ver o “racismo” e “preconceito”da Sic-Expresso,fazendo recordar a era das “colônias” em que nenhum Áfricano pode valer o mesmo que um “Europeu”
— Isabel Dos Santos (@isabelaangola) January 19, 2020
Isabel dos Santos comentou ainda: "Consórcio ICIJ recebeu fuga de informação das 'autoridades angolanas'??!! Interessante ver o estado angolano a fazer 'leaks' (fugas) jornalistas e para a SIC-Expresso e depois vir dizer que isto não é um ataque político?".Os leaks são documentos autênticos? Quem sabe ? Ninguém... estranho mesmo é ver a PGR de Angola a dar entrevistas a SIC - Expresso. #ataque político. Procurador Geral de Angola a dar entrevistas... a canais portugueses!
— Isabel Dos Santos (@isabelaangola) January 19, 2020
Num outro 'tweet', escreve que "o povo de Portugal é amigo do povo de Angola e não podemos deixar que 'alguns' interesses isolados 'agitem' a amizade e respeito que conseguimos conquistar e construir juntos".Consórcio ICIJ recebeu fuga de informação das “autoridades angolanas “??!! Interessante ver o estado angolano a fazer leaks jornalistas e para SIC-Expresso e depois vir dizer que isto não é um ataque político ?
— Isabel Dos Santos (@isabelaangola) January 19, 2020
Desvio de 100 milhões de dólares“O povo de Portugal 🇵🇹 é amigo do povo de Angola 🇦🇴 “, e não podemos deixar que “alguns”
— Isabel Dos Santos (@isabelaangola) January 19, 2020
interesses isolados “agitem” a amizade, e respeito que conseguimos conquistar e construir juntos #laçosfortes
A investigação de um consórcio internacional de jornalistas revela que Isabel dos Santos terá desviado mais de 100 milhões de dólares da Sonagol para o Dubai.
Um consórcio de jornalismo de investigação revelou mais de 715 mil ficheiros, sob o nome de Luanda Leaks, que detalham esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, que estarão na origem da fortuna da família.O Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação (ICIJ), que integra vários órgãos de comunicação social, entre os quais o Expresso e a SIC, analisou, ao longo de vários meses, 356 gigabytes de dados relativos aos negócios de Isabel dos Santos entre 1980 e 2018, que ajudam a reconstruir o caminho que levou a filha do ex-presidente angolano a tornar-se a mulher mais rica de África.
Durante a investigação foram identificadas mais de 400 empresas (e respetivas subsidiárias) a que Isabel dos Santos esteve ligada nas últimas três décadas, incluindo 155 sociedades portuguesas e 99 angolanas.
As informações recolhidas detalham, por exemplo, um esquema de ocultação montado por Isabel dos Santos na petrolífera estatal angolana Sonangol, que lhe permitiu desviar mais de 100 milhões de dólares (90 milhões de euros) para o Dubai.
Revelam ainda que, em menos de 24 horas, a conta da Sonangol no Eurobic Lisboa, banco de que Isabel dos Santos é a principal acionista, foi esvaziada e ficou com saldo negativo no dia seguinte à demissão da empresária.
Os dados divulgados indicam quatro portugueses alegadamente envolvidos diretamente nos esquemas financeiros: Paula Oliveira (administradora não-executiva da Nos e diretora de uma empresa offshore no Dubai), Mário Leite da Silva (CEO da Fidequity, empresa com sede em Lisboa detida por Isabel dos Santos e o seu marido), o advogado Jorge Brito Pereira e Sarju Raikundalia (administrador financeiro da Sonangol).
C/Lusa
2020-01-20 09:28:00Z
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