O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, enfrenta uma nova rebelião no seu Governo, com um grupo de ministros prestes a renunciarem devido à preocupação de que ele esteja a conduzir o Reino Unido a um Brexit sem acordo. Segundo o jornal “The Times” desta quarta-feira, a ministra da Cultura, Nicky Morgan, o ministro para a Irlanda do Norte, Julian Smith, o ministro da Justiça, Robert Buckland, o ministro da Saúde, Matt Hancock, e o procurador-geral, Geoffrey Cox, estão na calha para baterem com a porta.
Uma fonte governamental não identificada, citada pelo jornal, revelou que um “número muito grande” de deputados conservadores também renunciará se não houver um acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), atualmente agendada para o próximo dia 31.
Numa reunião do Executivo, ministros alertaram Johnson para o risco “grave” do regresso de um Governo direto na Irlanda do Norte e levantaram objeções ao principal conselheiro de Johnson, Dominic Cummings, acrescenta o jornal. “O Executivo definirá a estratégia, não funcionários não eleitos. Se esta é uma tentativa para fazer isso, falhará”, sublinhou outro ministro citado pelo diário.
O “Times” não especifica quantos deputados conservadores se opõem a um cenário sem acordo, mas o “Financial Times” escreve que são pelo menos 50.
Os relatos de rebelião surgem um dia depois de Downing Street ter dito que um acordo era essencialmente impossível depois de a chanceler alemã, Angela Merkl, fazer o que o Governo britânico descreveu como exigências inaceitáveis.
“Grande lacunas” e linguagem “tóxica” nas negociações
O primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, afirmou esta terça-feira que será “muito difícil” o Reino Unido e a UE chegarem a um acordo antes do prazo para o Brexit. Varadkar lembrou ao serviço irlandês de radiodifusão RTE que continua a haver “grande lacunas” entre os dois lados e refere que a linguagem das negociações se tornou “tóxica nalguns quadrantes”.
Após uma conversa telefónica de cerca de 45 minutos com Johnson, Varadkar garantiu que lutará “até ao último momento” para se chegar a um acordo com o Reino Unido mas que não o fará “a qualquer custo” para o seu país, para a Irlanda do Norte e para o resto da Europa.
“Essencialmente, o que o Reino Unido fez foi repudiar o acordo que negociámos de boa fé com o Governo da primeira-ministra [Theresa] May durante dois anos e, de alguma forma, colocar agora metade dele novamente em cima da mesa e dizer que é uma concessão. E é claro que não o é realmente”, sublinhou Varadkar.
O “estúpido jogo de culpas” e o “pecado original” do Reino Unido
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, enviou esta terça-feira alguns recados ao primeiro-ministro britânico através do Twitter.
“Boris Johnson, não se trata de ganhar um estúpido jogo de culpas. Trata-se do futuro da Europa e do Reino Unido, bem como da segurança e dos interesses do nosso povo. Não quer um acordo, não quer um adiamento [do prazo de saída], não quer uma revogação, quo vadis [para onde vamos]?”, escreveu.
Já o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, sentenciou que se as negociações falharem, “a explicação será encontrada no campo britânico, o pecado original está nas ilhas e não no continente”. Em declarações ao jornal francês “Les Echos”, Juncker alertou ainda que “um Brexit sem acordo levará ao colapso do Reino Unido e a um enfraquecimento do crescimento no continente”.
2019-10-09 06:42:34Z
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