Com todos os passageiros já em solo francês, o grupo dos portugueses foi encaminhado para o avião militar C-130 que, horas antes, tinha partido da base aérea do Montijo em direção a Marselha. Até esse momento, mantinha-se uma dúvida: havia não um, mas dois destinos possíveis de regresso — Lisboa ou Beja. Só em cima da hora da viagem ficou decidido que aterrariam no aeroporto militar de Figo Maduro, onde se mantiveram as normais medidas de segurança. À PSP foi pedido que montasse um dispositivo de segurança ao perímetro do aeroporto considerado normal, admitindo, ainda assim, a possibilidade de a presença dos jornalistas e, eventualmente, alguns curiosos, obrigar a garantir que nenhuma via fosse impedida.
A bordo, o grupo de 20 pessoas foi acompanhado por oito tripulantes e oito profissionais de saúde da Força Aérea, do INEM e da equipa de sanidade internacional, revelou mais tarde a ministra da Saúde. Seriam os elementos que se viam ainda dentro do avião, nas imagens da televisão recolhidas já na chegada a Lisboa, vestidos com fatos de proteção.
Já em terra foi feita nova triagem, antes de todos os passageiros seguirem para o Hospital Pulido Valente. Como, em Portugal, a lei impede internamentos forçados — a não ser em casos de saúde mental —, a opção das autoridades de saúde portuguesas foi a de fazer exames a todos os passageiros — com esfregaços do nariz e da boca para confirmar ou afastar a possibilidade de infeção por coronavírus, e convidá-los a permanecerem no hospital, isolados, durante 14 dias, o período de incubação do coronavírus. Todos aceitaram.
Enquanto as televisões mostravam imagens de um grupo de pessoas, meio escondidas na penumbra e com malas e bagagens às costas, a atravessar a pista do aeroporto de Figo Maduro, na outra ponta de Lisboa, no Ministério da Saúde, aguardava-se pelos esclarecimentos que, depois de todo o silêncio e secretismo que rodeou toda a operação, as autoridades portuguesas envolvidas no repatriamentos tinham prometido. A conferência de imprensa foi marcada para as 21h, meia-hora depois do C-130 da Força Aérea Portuguesa ter aterrado.
Com algum atraso, percebeu-se que, apesar de todos os avanços e recuos na viagem, o governo queria passar uma mensagem de tranquilidade e de sucesso — e logo à entrada da ministra da Saúde, Marta Temido, na sala de conferências do ministério, que cumprimentou os jornalistas com um sonoro e bem disposto “boa noite a todos!”. Com a ministra vinham também a Diretora-Geral de Saúde, Graça Freitas, a secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Teresa Ribeiro, o secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, Jorge Seguro Sanches, o secretário de Estado da Saúde, António Sales (o único que não falou) e a secretária de Estado da Administração Interna, Patrícia Gaspar.
2020-02-03 00:25:00Z
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