A ERS detetou várias falhas na assistência a uma mulher de 74 anos que morreu vítima de paragem cardiorrespiratória, após ter sido transferida do Hospital de Gaia para a Feira, como conta a jornalista Rosa Azevedo.
Segundo os dados recolhidos pelo regulador, a mulher foi vítima de atropelamento em dezembro do ano passado tendo dado entrada no Hospital de Gaia com traumatismo crânio-encefálico grave e fraturas da coluna cervical e da bacia.
Após tratamento e estabilização das lesões agudas, a doente viria a ser transferida para o Hospital da Feira, na sua área de residência, apesar de esta unidade ter informado o Hospital de Gaia de que não dispunha de vaga para o internamento.
A mulher ficou assim na sala de observações do Serviço de Urgência (SU) desta unidade, vindo a morrer dois dias depois em paragem cardiorrespiratória.
A ERS considera "totalmente inadmissível" a decisão do Hospital de Gaia de transferência da utente sem que se encontrasse devidamente assegurada a continuação do nível de cuidados prestados, "prejudicando com a sua conduta a integração dos cuidados a prestar".
Concluiu que o Hospital da Feira "não acautelou o devido acompanhamento" da utente, uma vez que aquela "permaneceu sem qualquer vigilância/ou monitorização no SU durante, pelo menos 10 horas".
Exames chegaram depois da morte
Um doente oncológico do Centro hospitalar Universitário do Algarve também foi alvo de deficiências na assistência. A conclusão da ERS foi que o doente teve de esperar demasiado por exames.
O paciente em tratamento a um cancro no pulmão esperou quase dois meses pelos resultados de um exame genético que foi pedido ao Instituto Português de Oncologia para definir a terapêutica e que chegou tarde demais.
O doente acabou por morrer sem fazer quimioterapia por causa desse atraso nos exames.
2019-11-28 11:24:00Z
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